Todo mundo que curtiu muito o Dragon Ball Super ta esperando ansiosamente pelo retorno do anime, e há um motivo claro para tanta expectativa. A série conseguiu revitalizar a fórmula clássica de Dragon Ball Z, adicionando elementos modernos que conquistaram tanto os fãs antigos quanto os novos. Porém, se Dragon Ball Super realmente retornar para uma nova temporada, existe um detalhe crucial que a série precisa manter: a sensação de horror existencial que permeou alguns de seus arcos mais memoráveis.
Desde seus primeiros dias, a franquia Dragon Ball nunca hesitou em mesclar diferentes gêneros em sua narrativa, e o horror sempre foi uma influência marcante. Seja com o androide Frankenstein do episódio 38 de Dragon Ball ou com o apocalipse da Saga dos Androides em Dragon Ball Z, Akira Toriyama frequentemente incorporou elementos que remetem ao terror.
Mas foi em Dragon Ball Super que o conceito de horror foi explorado de forma mais profunda e impactante, principalmente quando os personagens se viram confrontados com entidades cósmicas e questões de existência que vão além da compreensão humana.
A Saga do Deus da Destruição: Um Olhar Sobre o Poder Descomunal
Quando Dragon Ball Super estreou com a Saga do Deus da Destruição Beerus, a série trouxe uma sensação de desamparo que não era tão evidente desde Dragon Ball Z. A introdução de Beerus como uma entidade capaz de obliterar planetas com um estalar de dedos trouxe uma nova dimensão de perigo para Goku e seus amigos. Pela primeira vez, os personagens estavam frente a frente com um ser que não só era incompreensivelmente mais poderoso, mas também impiedoso e imprevisível.
Essa sensação de que Beerus poderia acabar com qualquer um a qualquer momento fez o universo de Dragon Ball parecer incrivelmente frágil. Embora o personagem tenha se tornado uma figura mais cômica ao longo da série, a ameaça que ele representa nunca desapareceu por completo, e é isso que adiciona uma camada de horror existencial que seria ótimo ver explorada em futuras temporadas.
A Tragédia de Trunks do Futuro: A Verdadeira Face do Desespero
A Saga de Trunks do Futuro elevou o horror a um novo patamar. O retorno de Trunks trouxe consigo um senso de urgência e terror que raramente é visto na série. O vilão Goku Black, que se revelou ser o Kaioshin Zamasu em um corpo roubado, apresentou uma ameaça que transcendeu o conceito tradicional de vilania.
O fato de que Zamasu usou as Super Esferas do Dragão para trocar de corpo com Goku e, em seguida, massacrou a família do herói, trouxe um nível de horror que foi profundamente impactante.
O desespero de Trunks ao ver seu mundo destruído repetidamente, mesmo depois de suas tentativas de salvá-lo, criou uma atmosfera de impotência que reverberou em cada episódio. Não era apenas uma questão de força; era sobre a própria noção de que algumas coisas estavam além do controle, independentemente de quão forte alguém pudesse se tornar.
Zeno e o Verdadeiro Terror da Existência
Uma das representações mais aterrorizantes de Dragon Ball Super é, sem dúvida, o Zen’oh, o rei do multiverso. Sua aparência infantil e comportamento brincalhão escondem o fato de que ele possui um poder inimaginável capaz de apagar universos inteiros com um simples gesto. A ideia de que a existência de um universo pode acabar sem aviso ou motivo, apenas porque Zeno assim decidiu, é o ápice do horror existencial. Ele não se importa com os bilhões de vidas que habitam esses universos, e o faz com a mesma facilidade que alguém apagaria uma lousa.
Na Saga da Sobrevivência do Universo, esse fato ficou ainda mais claro para todos nós. Enquanto os personagens lutavam no Torneio do Poder, sabiam que o preço da derrota era o desaparecimento total de seu universo. Esse detalhe transformou o torneio em algo muito mais aterrorizante do que um simples confronto de artes marciais – ele se tornou uma luta desesperada pela própria existência.
Por Que o Horror Existencial Deve Retornar em Dragon Ball Super?
O que fez Dragon Ball Super se destacar não foi apenas a ação frenética e as batalhas épicas, mas a maneira como introduziu uma sensação de insignificância e vulnerabilidade no vasto universo. Ao apresentar deuses indiferentes e poderes capazes de aniquilar realidades inteiras, a série trouxe à tona questões sobre a fragilidade da vida e como mesmo os guerreiros mais poderosos podem ser reduzidos a nada diante de forças cósmicas incontroláveis.
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Se o anime retornar, é fundamental que continue a explorar esse aspecto, especialmente considerando que os próximos arcos do mangá, como o “Arco do Prisioneiro da Patrulha Galáctica” e o “Arco do Sobrevivente Granolah”, oferecem oportunidades incríveis para expandir ainda mais essa temática. Goku e seus amigos enfrentam ameaças que não se limitam apenas à força bruta, mas que testam sua própria compreensão da existência e do universo em que habitam.
