A pirataria de animes está dominando o mercado de streaming, que tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, com a Crunchyroll se consolidando como a principal plataforma do setor de animes.
No entanto, a pirataria ainda é um grande problema que assola a indústria, e dados recentes da MUSO, empresa de análise de mercado, revelam que os animes transmitidos pela Crunchyroll dominaram a lista das séries mais pirateadas de 2024. Entre os títulos mais afetados estão That Time I Got Reincarnated as a Slime (Tensura), My Hero Academia, Mushoku Tensei, Solo Leveling e Dandadan.
A lista, que considera downloads ilegais, streaming não autorizado, torrents públicos e privados, mostra como o consumo de animes por meios alternativos continua sendo uma realidade, apesar da crescente oferta de serviços de streaming oficiais. O problema se agrava em mercados emergentes onde o acesso legal aos conteúdos ainda enfrenta desafios, como preços elevados de assinaturas e restrições de catálogo.
Os 10 Animes Mais Pirateados de 2024
Segundo o relatório da MUSO, os títulos de animes ocuparam a maior parte do ranking global de séries de TV mais pirateadas no ano de 2024. Confira a lista completa:
- That Time I Got Reincarnated as a Slime – Temporada 3 (Primavera 2024)
- My Hero Academia – Temporada 7 (Primavera 2024)
- Mushoku Tensei: Jobless Reincarnation – Temporada 2 (2024, com a primeira parte em 2023)
- House of the Dragon – Temporada 2
- Dandadan – Temporada 1 (Outono 2024)
- Tsukimichi: Moonlight Fantasy – Temporada 2 (Inverno 2024)
- The Boys – Temporada 4
- Solo Leveling – Temporada 1 (Inverno 2024)
- Tower of God – Temporada 2 (Verão 2024)
- Blue Lock – Temporada 2 (Outono 2024)
A predominância de animes na lista mostra como o público continua recorrendo a plataformas ilegais, mesmo quando existem opções acessíveis para assistir a esses conteúdos de forma legal. Enquanto algumas séries populares como House of the Dragon e The Boys também aparecem no ranking, a presença massiva de animes evidencia um desafio específico para a indústria da animação japonesa.
Fatores que Influenciaram a Pirataria em 2024
A pirataria de animes não é um fenômeno novo, mas alguns fatores ajudam a entender por que esses títulos foram tão afetados em 2024:
1. Janelas de Lançamento e Modelos de Distribuição
A disponibilidade dos animes ao longo do ano pode ter sido um fator determinante para os números de pirataria. Séries como Solo Leveling, Blue Lock e Dandadan tiveram apenas um cour (período de três meses de exibição), o que deu menos tempo para conquistarem espaço no mercado. Por outro lado, animes como Tensura, My Hero Academia e Mushoku Tensei foram lançados ao longo de várias temporadas, dando mais tempo para acumularem números elevados de pirataria.
2. Acessibilidade e Suporte de Legendas
A Crunchyroll tem investido fortemente na globalização dos animes, oferecendo legendas e dublagens em diversas línguas. Solo Leveling, por exemplo, foi dublado em 12 idiomas e legendado em 18, tornando-se um dos animes mais acessíveis do serviço.
No entanto, algumas séries que tiveram menos suporte de idiomas podem ter sido impactadas pela pirataria, já que fãs de determinadas regiões podem ter recorrido a métodos ilegais para assistir ao conteúdo. Tsukimichi, por exemplo, teve dublagem em apenas cinco línguas, enquanto My Hero Academia teve em sete e Tower of God em dez.
3. Preços de Assinatura e Pirataria por Região
O relatório da MUSO também analisou o impacto da pirataria por regiões. Um dado curioso é que a Índia foi o quinto maior país em consumo de conteúdo pirata em 2023, e a Crunchyroll tem investido pesadamente nesse mercado.
Atualmente, a assinatura do plano Mega Fan na Índia custa apenas US$ 1,14 por mês (99 rúpias), enquanto nos Estados Unidos o mesmo serviço sai por US$ 11,99 por mês. Mesmo com um preço acessível, a pirataria segue alta no país, possivelmente devido a limitações no catálogo, barreiras culturais ou preferência por métodos alternativos de consumo.
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A Pirataria e o Impacto na Indústria de Animes
A pirataria de animes é um problema que afeta diretamente estúdios de animação, distribuidores e plataformas de streaming. Quando os animes são consumidos por vias ilegais, os criadores deixam de receber parte da receita gerada por anúncios e assinaturas, impactando o orçamento para novas produções.
Além disso, plataformas como a Crunchyroll e a Netflix investem pesado em aquisições de licenciamento e dublagem, tornando o modelo sustentável apenas se houver um número crescente de assinantes pagos.
Os altos índices de pirataria podem, a longo prazo, prejudicar o crescimento do mercado e levar a redução de investimentos em novas temporadas e adaptações de animes populares.
Soluções e Alternativas para Reduzir a Pirataria
Embora seja difícil eliminar completamente a pirataria de animes, algumas soluções podem minimizar esse impacto:
- Redução da janela de lançamento: Lançar os animes simultaneamente em diferentes países pode ajudar a evitar que os fãs recorram à pirataria.
- Planos mais acessíveis: Ajustar os preços das assinaturas conforme o poder aquisitivo de cada região pode incentivar mais pessoas a optarem pelos serviços legais.
- Melhor distribuição de legendas e dublagens: Ampliar a oferta de idiomas disponíveis pode tornar os animes mais acessíveis para públicos globais.
- Promoções e parcerias estratégicas: A Crunchyroll já permite assinar o serviço via Prime Video Channels, o que pode facilitar a adesão de novos usuários ao disponibilizar 7 dias grátis para novos assinantes.
Com essas estratégias, a indústria pode continuar expandindo e tornando o streaming legal mais atrativo que a pirataria.
Fonte: Variety
