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Estúdio Ghibli Esclarece Polêmica Envolvendo Arte Feita com IA

O renomado Estúdio Ghibli, responsável por clássicos como A Viagem de Chihiro e Meu Amigo Totoro, viu seu nome envolvido em uma nova polêmica — mas desta vez, não por conta de suas produções. O foco da controvérsia foi o uso de inteligência artificial para criar artes no estilo Ghibli, o que levou à circulação de uma suposta carta de notificação judicial enviada a uma plataforma chamada Gib Studio. Agora, o estúdio japonês se pronunciou oficialmente e colocou um ponto final nos boatos.

Em um comunicado transmitido pela emissora NHK, o Estudio Ghibli deixou claro que não enviou nenhum tipo de ameaça legal, notificação ou advertência a empresas ou artistas envolvidos com ferramentas de IA. A declaração veio após a repercussão de uma carta que teria sido assinada por um escritório de advocacia fictício e apresentava inconsistências evidentes, como um e-mail inválido e um número de telefone falso com o prefixo “555”, frequentemente usado em obras de ficção.

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inteligência artificial para criar artes no estilo Ghibli

Comunicado Raro Reforça Postura do Estúdio Ghibli

A reação do público foi imediata quando a publicação da carta viralizou na plataforma X (antigo Twitter). Muitos fãs interpretaram o documento como o primeiro movimento formal do Studio Ghibli contra o uso indevido de sua estética artística por ferramentas de IA. Porém, à medida que usuários começaram a investigar o conteúdo da carta, surgiram dúvidas quanto à veracidade do material.

Diante da confusão crescente, o Ghibli optou por emitir uma declaração direta e sucinta: “Nenhuma advertência foi emitida.” Com isso, o estúdio encerra, pelo menos por ora, os rumores de que esteja tomando medidas judiciais contra plataformas que imitam seu estilo.

Inteligência Artificial e Propriedade Intelectual: Um Debate em Aberto

Estúdio Ghibli Desmente Ameaças Legais Ligadas a Arte com IA

Embora o Studio Ghibli tenha negado qualquer envolvimento com ações legais até agora, o debate sobre IA e direitos autorais continua ganhando força. O avanço de modelos de geração de imagem, como os desenvolvidos pela OpenAI, tem possibilitado a criação de artes que imitam fielmente o traço e a estética de grandes estúdios — muitas vezes, sem qualquer autorização prévia.

Hayao Miyazaki, cofundador do estúdio e uma das figuras mais respeitadas da animação mundial, já expressou sua rejeição veemente à inteligência artificial, classificando-a como “um insulto à vida”. Essa posição reforça a possibilidade de o estúdio, eventualmente, adotar medidas formais caso se comprove o uso não autorizado de suas obras como material de treinamento de IA.

O Impacto da IA na Identidade Visual do Estúdio Ghibli

O Impacto da IA na Identidade Visual do Estúdio Ghibli

A preocupação vai além da proteção legal. O risco real é que a proliferação de artes geradas por inteligência artificial reduza o valor simbólico e cultural do traço artesanal que tornou o Ghibli mundialmente famoso. Seus filmes são conhecidos por sua delicadeza visual, animação feita à mão e estilo único — características que correm o risco de serem diluídas ou banalizadas em meio a milhares de reproduções automatizadas.

Especialistas apontam que o uso de conteúdo protegido para treinar modelos de IA ainda reside em uma zona cinzenta do direito, mas ações judiciais recentes mostram que esse terreno está começando a ser delimitado. Com artistas, fotógrafos e editoras entrando na justiça contra plataformas de IA, cresce a pressão sobre estúdios consagrados como o Ghibli para tomarem uma posição clara.

Ghibli em um Momento Decisivo

Meu Amigo Totoro

O silêncio anterior do Studio Ghibli sobre o tema da IA começa a dar lugar a um monitoramento mais atento da situação. Ainda que nenhuma ação tenha sido tomada até agora, o estúdio parece estar reavaliando sua postura diante de uma tecnologia que desafia os limites da criatividade humana e da autoria.

Enquanto isso, o universo da animação observa com atenção. Qualquer movimento do Ghibli pode estabelecer precedentes sobre como a indústria japonesa — e global — irá lidar com os impactos da inteligência artificial sobre o processo criativo. A batalha entre arte tradicional e algoritmos ainda está longe do fim.

Fonte: X

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