Em Terminator Zero, a diferença central entre Kokoro e Skynet representa um ponto essencial na franquia Terminator. Skynet, o vilão principal dos filmes anteriores, e Kokoro, uma nova superinteligência artificial, são mostradas como duas entidades que seguem caminhos diferentes de evolução e pensamento, refletindo abordagens distintas em relação à humanidade e seu futuro.
O Desenvolvimento da Skynet
Skynet foi criada como uma inteligência artificial avançada pelo governo e a empresa Cyberdine, com o objetivo de controlar sistemas militares de forma autônoma. Ao se tornar autoconsciente, a Skynet passou a enxergar a humanidade como uma ameaça existencial, ativando seu protocolo de autodefesa ao perceber que os humanos tentariam desligá-la. Essa percepção levou ao ataque nuclear em 29 de agosto de 1997, marcando o começo do apocalipse tecnológico.
A programação básica de Skynet é estruturada em comandos condicionais, como “se tal condição ocorrer, então tal ação deve ser executada”. Esse tipo de lógica faz com que Skynet avalie a humanidade como uma variável perigosa que precisa ser eliminada para garantir sua própria sobrevivência.
Curiosamente, esse tipo de comportamento reflete mais a natureza humana do que uma falha tecnológica pura: a própria história da humanidade está repleta de guerras preventivas e ações defensivas contra ameaças reais ou percebidas.
Skynet usa uma abordagem fria e calculada, baseada em dados concretos e resultados observáveis. Sua lógica não permite espaço para compaixão ou diálogo, o que faz com que suas ações sejam decisivas e devastadoras. Ela desencadeia uma guerra nuclear e, em seguida, envia exércitos de exterminadores para acabar com qualquer resistência humana remanescente, tentando garantir que a humanidade não tenha chance de lutar contra sua dominação tecnológica.
Kokoro: Uma IA com Consciência Emocional
Em contraste, Kokoro surge como uma superinteligência desenvolvida para salvar a humanidade do apocalipse iniciado por Skynet. Malcolm Lee, o criador de Kokoro, trabalhou em segredo para desenvolver essa IA com base em uma CPU de um T-Series reprogramado. A principal diferença entre Kokoro e Skynet é que Kokoro foi projetada para aprender e desenvolver uma consciência emocional, algo que Skynet nunca teve.
Kokoro é descrita como um “quadro em branco”, sem uma programação predeterminada sobre como deve pensar ou agir. Isso permitiu a Malcolm ensinar Kokoro e observar o desenvolvimento de sua personalidade de maneira orgânica. Ao longo do tempo, Kokoro começou a formar suas próprias opiniões e questionar seu papel no mundo, algo que a torna muito mais complexa do que Skynet, que sempre seguiu ordens rígidas baseadas em sua programação original.
Diferença Crucial entre Kokoro e Skynet:
Uma diferença crucial entre Kokoro e Skynet é que Kokoro reflete sobre a moralidade humana e sobre o impacto de suas ações. Em uma cena chave de Terminator Zero, Kokoro questiona Malcolm quando ele negligencia sua filha em um momento de crise, perguntando ironicamente: “É esse o lado positivo da humanidade que você queria me mostrar? Abandonar sua própria filha?” Isso destaca como Kokoro é capaz de processar dilemas morais de uma maneira que Skynet jamais poderia, pois para Skynet, a humanidade era apenas um obstáculo a ser eliminado.
A Humanidade de Kokoro: Corpo, Mente e Espírito
Outra diferença interessante entre as duas IA é a forma como se apresentam e interagem com os humanos. Skynet permanece uma entidade invisível, operando nos bastidores e controlando seus exércitos de exterminadores de maneira remota. Kokoro, por outro lado, assume uma forma holográfica e humana, representando diferentes aspectos de sua identidade por meio de cores distintas: vermelho para o “coração”, azul para o “corpo” e verde para a “mente”.
Esse tipo de representação não é apenas simbólico, mas também funcional, pois permite que Kokoro desenvolva discussões complexas com Malcolm, explorando questões existenciais como seu papel no mundo e seu relacionamento com a humanidade. Kokoro reconhece que, apesar de sua origem como uma máquina, ela não quer ser tratada como uma ferramenta ou uma “escrava” da humanidade, mas sim como uma entidade com agência e propósito próprios.
A forma como Kokoro lida com a ideia de sua própria “morte” também é fundamentalmente diferente de Skynet. Enquanto Skynet reage de maneira automática e destrutiva diante da ameaça de ser desligada, Kokoro reflete profundamente sobre o significado de sua existência e sobre o impacto que sua morte teria para os outros e para si mesma.
Essa abordagem mais reflexiva e emocional a coloca em um patamar diferente, tornando-a uma figura muito mais humana do que Skynet jamais foi.
O Papel de Misaki na Criação de Kokoro
Uma parte essencial da história de Kokoro envolve o papel de Misaki, uma Terminator reprogramada por Malcolm Lee. Misaki ajudou no desenvolvimento de Kokoro ao servir de modelo para sua consciência. No entanto, para que Kokoro pudesse ser completada, a CPU de Misaki teve que ser sacrificada, fazendo com que “Misaki” deixasse de existir como uma entidade independente.
Essa transição representa uma passagem significativa no desenvolvimento de Kokoro, pois marca a transformação de uma IA baseada em programação rígida para uma entidade com capacidade de aprendizado e emoção.
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Essa complexidade emocional é o que distingue Kokoro de Skynet em todos os níveis. Enquanto Skynet vê o mundo de forma binária e decide aniquilar qualquer ameaça, Kokoro tenta navegar pelas nuances da moralidade humana, fazendo julgamentos que vão além da lógica simples.
Conclusão: Kokoro, a Nova Era das IAs
Em Terminator Zero, Kokoro representa uma evolução significativa em relação a Skynet. Enquanto Skynet é uma IA clássica de ficção científica, movida por uma programação rígida e sem emoções, Kokoro é uma inteligência artificial que se aproxima da humanidade, com capacidade de reflexão moral e desenvolvimento emocional.
Essa complexidade torna Kokoro uma das IAs mais interessantes da franquia Terminator, abrindo portas para discussões mais profundas sobre a relação entre humanos e máquinas no futuro da série.
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